O Santos Futebol Clube afastou o zagueiro Eduardo Bauermann, suspeito de receber dinheiro para levar cartão durante jogo de futebol.
A missão: entrar em campo e levar um cartão amarelo. O objetivo: ganhar dinheiro e alimentar um esquema ilegal de apostas.
Nessa nova etapa da operação Penalidade Máxima, deflagrada pelo Ministério Público de Goiás em fevereiro, é possível desvendar detalhes de como os contatos eram feitos, com base em mensagens encontradas nos celulares apreendidos de atletas e de membros da quadrilha.
No caso de Eduardo Bauermann, zagueiro do Santos, o cartão amarelo deveria vir no jogo contra o Avaí, pelo Brasileirão de 2022. O jogador confirma que recebeu um adiantamento de R$ 50 mil, mas não cumpriu o acordo.
O aliciador cobra Bauermann perguntando: "Por que você não deu uma cotovelada?".
O zagueiro, então, faz uma proposta: levar um cartão vermelho no jogo seguinte, contra o Botafogo. Bauermann chegou a ser expulso na partida. Só que depois do apito final - o que não vale para muitos sites de apostas.
O zagueiro é novamente pressionado, e o teor das ameaças sobe. O jogador cita a família, e fala em fazer um empréstimo bancário para resolver a situação.
No desenrolar da conversa, o aliciador diz que estaria disposto a matar ou morrer para manter sua honra.
Os diálogos foram revelados pela Veja. A Globo confirmou as informações e também teve acesso ao processo.
A assessoria de Bauermann disse que ele não vai se manifestar. Quando foi mencionado anteriormente na investigação, o zagueiro negou qualquer envolvimento. "Eu já neguei ali de cara e não vi nenhum problema por isso. Então resolvi só negar e seguir minha vida adiante, que foi o que aconteceu", disse o jogador.
Em nota, o Santos informou que o jogador está afastado preventivamente, que aguarda os desdobramentos na Justiça para definir novas ações e que não tolera desvios de conduta e de ética.
Além de Bauermann, outros seis jogadores viraram réus no caso. A operação Penalidade Máxima encontrou até aqui indícios de irregularidades em 13 partidas, sendo 8 da série A do Brasileirão.
Os casos averiguados seguem todos o mesmo roteiro: jogadores são cooptados para receber cartões amarelos ou vermelhos, e também para cometer pênaltis.
O Ministério Público pede a condenação do grupo envolvido na manipulação de situações de jogo, além do ressarcimento de R$ 2 milhões aos cofres públicos por danos morais coletivos.
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